quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Produtores comemoram produção e aumento no preço da banana.

Mundo colheu 70,7 milhões de toneladas em 2007, sendo 10% no Brasil, segundo maior produtor. Hoje, a principal comemoração é o preço médio, 35% maior este ano.

Aqueles que pensam que a popular banana é uma fruta de segunda categoria podem se surpreender com a dimensão que ela está tomando no Brasil e no mundo. Só no ano passado, a produção, presente em 80 países, alcançou 70,76 milhões de toneladas. A Índia se destaca no primeiro lugar no ranking mundial de produtores, com cerca de 16 milhões de toneladas. O Brasil é o segundo colocado. Em 2007, os produtores brasileiros colheram 7,1 milhões de toneladas de bananas, 10% do total mundial. E a grande maioria foi consumida no mercado interno.

Na preferência do consumidor, elas só não ganham das laranjas. E é por causa desse forte consumo diário que hoje em dia, sobram motivos para comemorações.

Produtor há 25 anos na Região de Bom Jesus do Amparo, Geraldo Ferreira (Foto) colhe a fruta o ano inteiro e aproveita para comemorar: "É dela que tiro meu sustento"

Uso da fruta vai de alimento até planta ornamental

A banana é uma fruta flexível. Ao mesmo tempo que pode ser consumida in natura também pode ser transformada em cachaça, doces, licores, geléias e até vinagres. A bananeira também pode ter um status diferenciado. De acordo com a espécie se transforma até em planta ornamental. E é por causa dessa extensa gama de usos que o produtor Everton de Paula, proprietário da Pousada das Cores, em Vila Colonial de Cocais, Distrito de Barão de Cocais, acredita que as bananas têm de receber grandes homenagens. Ele também é colecionador de espécies da fruta. Em uma área de um hectare ele ainda faz pesquisas com cada uma delas. “A banana é injustiçada. No reveillon ninguém decora a mesa com bananas, o que é um absurdo”, pondera. Esta semana, na pousada, ele pretende fazer um festival gastronômico para promove a fruta.

Entre as bananeiras de Everton de Paula há a de banana-caturra ou nanica, das espécies miúda e gigante. Há também a rara banana-de-semente, que, segundo o colecionador, é uma espécie selvagem e rústica que ganhou de um pesquisador baiano. “Não é comestível, mas deu origem às variedades que temos hoje à disposição”, conta. Com essas bananas ele faz vinagres, cachaças e licores. “O vinagre pode ser usado como cosmético, para pele, ou para limpeza de ambientes”, explica.

Na propriedade há também a banana-algodão, a ouro (pequenina e doce), a marmelo e a banana-da-terra (boas para fritar). “A mais produtiva é a caturra”, garante. As que não produzem nada são as espécies ornamentais. Porém, são mais valorizadas a cada dia. “Independentemente da espécie é preciso estimular a produção de bananas no país, porque elas são frutas da excelência. É a rainha. Dá para produzir em qualquer lugar e tudo da bananeira pode ser aproveitado”, diz Everton de Paula. Segundo ele, o umbigo da banana pode ser feito refogado, com carne moída, arroz branco, feijão batido e angu. Já o miolo do caule da bananeira pode ser transformado em palmito. “Mas só fica macio se for cortado antes de dar os cachos de bananas”, orienta.

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